Olá pessoas!
Bem, como já devem ter lido (ou não), agora faço parte do Coral da PUCRS. Pra quem não conhece, este coral é o que canta ao som da Orquestra Filarmônica da PUCRS na série Concertos Comunitários Zaffari, além de também apresentar óperas completas.
Confesso que eu não tinha muita intimidade com música clássica e antes tudo parecia uma gritaria ao som de uma orquestra. Ao começar no Coral, descobri que música clássica tem muito mais significado do que eu imaginava. Também vi que aquela história toda de ser um estilo de música mais elitizado é pura lenda! O lance é extremamente popular lá fora. Infelizmente, aqui no Brasil é mais fácil você popularizar um "pancadão" do que uma ópera de Verdi! (QUE PAÍS É ESTE!)
Uma ópera é, em termos práticos, uma peça de teatro, geralmente um drama. A diferença para o teatro convencional é justamente o fato de toda a história ser tocada por uma orquestra e, os personagens serem interpretados por cantores de formação lírica. Dá pra se fazer uma analogia que os grandes musicais da Broadway nada mais são do que óperas modernas.
Outra coisa é a mensagem que as óperas passam. Um grande exemplo é a ópera "Nabucco" de Giuseppe Verdi. Ela conta a história do Rei Nabucodonosor e a invasão de Israel por parte dos Assírios. O segundo canto de introdução ("Gli Arredi Festivi") narra o momento em que os Assírios invadem Israel e os Judeus estão dentro do templo de Jerusalem rezando a Deus para que os defenda. Até aí é uma história bíblica e bla bla bla... o que se destaca nesta parte da ópera é que esta canção tem uma enorme conotação política, uma vez que ela provocava um sentimento nacionalista na Itália do século XIX: na época em que a ópera foi composta, a Áustria estava invadindo o norte da Itália. Feita a analogia entra Itália e Israel, esta ópera consagrou Verdi.
Histórias e explicações à parte, acabei me interessando muito por música clássica pois a mesma transmite todo um sentimento, uma mensagem. Não é simplesmente uma música qualquer.
Quanto às vozes que "não se entende nada", aquilo é a preparação vocal dos cantores. Pelo fato de ter que acompanhar a orquestra e a mesma às vezes possuir harmonias complexas, toda a técnica vocal lírica nos ensina a dar brilho e potência à voz sem precisar se valer da força. Você acha que cantores de ópera se esgaçam pra cantar? Só no início! Depois de pegar o jeito, é só utilizar a expressão certa para a cena e também para tornar a cabeça uma caixa acústica que os caras cantam sem fazer força alguma!!! Impressionante!
Bom, em maio começa nossa série de apresentações, conduzidos pelo EXCELENTE Maestro Frederico Gerling Jr. (o cara é muito fodástico!!! SABE DEMAIS!!!) Bom, pra começo de conversa, ele foi aluno do Maestro Villa Lobos. Dá pra imaginar que ele "deve manjar um pouco" de música... hehehehehe
Confesso que estou apreensivo. Pouco tempo e 7 horas de ensaio por semana para interpretar, somente neste ano, Verdi, Donizzetti, Brahms e mais um compositor russo que até agora não decorei o nome! Além da dificuldade de cantar com um monte de vozes em notas diferentes, tem o fato de só cantar em italiano, alemão, russo, e por aí vai... hehehe
Fica aqui uma palhinha de algumas músicas que estamos ensaiando.
Até mais!!!
cool...
ResponderExcluirSabe que eu participei do Coral da UFRGS durante um bom tempo... E sim, é entrega total, absoluta e intensa, que acaba te transformando meio que por uma obrigação sentida, não imposta. Postura vocal, corporal, respeito e muita vontade, afinal, se tu caiu do tom, alguém vai te olhar feio. Mantenha-se no ritmo, se é soprano, cuide seus agudos, contraltos, segurem suas bases, baixos tenham suas 3 bolas e barítonos, tenores, segurem suas amígdalas. Não existe como ser revolucionário dentro de um coral.
ResponderExcluirMas se faz a diferença sim, e isso é o que faz grudar na mente a idéia de "sim, faremos isso juntos". Saindo do palco, aí sim, amigo... O sentimento é de que apresentamos um megashow, ou uma peça de Hamlet.
Faz sentido, e nos faz felizes.
Recomendo fortemente.
=)
Beijos, guri!