19 de jan. de 2010

Difícil mesmo é simplificar


Muitas pessoas que passaram pela faculdade de Administração de Empresas, assim como eu, já devem ter ouvido a estória a seguir. Para quem conhece e também pra quem ainda não conhece, aí vai a história (com algum floreio, admito):

Uma empresa de sabonetes estava perdendo clientes pois, ao mandar os carregamentos para os varejistas, os mesmos percebiam que muitas caixas de sabonete estavam vazias. Desconfiados, alguns varejistas começaram a cancelar seus pedidos para a tal fábrica, acusando-a de desonestidade.


Para resolver o problema, a empresa chamou um grupo de engenheiros para rever o processo de produção. Instalaram sensores, balanças, laseres e nada surtia efeito... Umas soluções geravam gargalos que aumentavam o custo de produção. Outras, além de aumentar custo eram pouco efetivas. E assim, os engenheiros e suas engenhocas se complicavam cada vez mais tentando bolar uma solução tecnológica e efetiva o suficiente para não ter mais caixas de sabonete vazias.


Eis que no meio de uma das visitas dos engenheiros, o "Seu Severino", tiozinho que passava o tempo inteiro com uma vassoura, de um lado pro outro, limpando o chão da linha de produção, se intrometeu:


- "Posso dar uma sugestão?" - pergunta Severino no alto de sua simplicidade.


Os engenheiros vendo aquele matuto pedir a palavra começaram a rir e um já ia mandá-lo sair dali quando o Diretor de Produção intrigado respondeu:


- "Claro, Seu Severino... a essas alturas, toda ajuda é bem vinda!"


Eis que Severino fala o seguinte:


- "Por um acaso não é melhor colocar um ventilador ali no final da esteira? É que se a caixa estiver sem sabonete, quando passar na frente do ventilador, ela vai ser soprada pra fora. E as que tiverem sabonete vão estar pesadas. Daí elas não saem da esteira, e podem ir pras caixas que vocês colocam no caminhão"


Tanto o Diretor de Produção quanto os Engenheiros ficaram boquiabertos com tamanha perspicácia do matuto. Fizeram um teste com um ventilador super simples, desse que se compra nas lojas mesmo. E o resultado foi imediato. Nada de laser, balança e o raio que o parta: o que precisavam mesmo era apenas de um simples ventilador para soprar para fora da esteira as caixinhas sem sabonetes.

Bem, o que aconteceu com o Seu Severino ninguém sabe. Dificilmente ele tenha virado gerente ou diretor de alguma coisa. Mas o ponto central é que ele fez uma coisa que a grande maioria das pessoas hoje em dia não faz: ele simplificou as coisas.

Simplificar tem sido cada vez mais difícil. Nos prendemos em conceitos e pré conceitos que nos limitam nas nossas ações. Tudo parece extremamente complicado, tudo requer uma solução altamente sofisticada quando na verdade, uma pequena ação, por menor que seja, é o suficiente para terminar com um baita problema. Este exemplo que eu aprendi na faculdade era muito voltado para processos, relações profissionais, etc. Mas esta estorinha se estende a todas as situações. Em um relacionamento, por exemplo.

Quando você diz para o Fulano que está com um problema que depende do Ciclano para resolver, já perdeu tempo o suficiente para falar diretamente com o Ciclano para pedir ajuda e resolver de uma vez o problema. Quando alguém te faz uma pergunta cuja resposta é sim ou não e você responde explicando todo o contexto e a problemática da dialética, além de você provavelmente não responder a pergunta que foi feita, vai ser considerado um baita mala sem alça. Sem contar que, como já diz o ditado, a beleza da vida está nas coisas mais simples. O engraçado é que todos nós falamos nisso, mesmo que não pratiquemos.

Sem querer complicar já complicando, basta recorrer à matemática. A menor distância entre um ponto A e um ponto B é uma reta, não uma curva. Então, porque gostamos tanto de dar curvas e voltas ao invés de simplesmente andar em linha reta?

Eu estou convencido de que simplificar é mais simples do que parece. Mas andamos complicando tanto as coisas que até o que não é complicado fica difícil de resolver.

FUI CLARO?

30 de dez. de 2009

O que esperar de 2010?

Praqueles que pensaram que eu tinha ido desta pra uma melhor (ou pior) ou então ter achado outras coisas pra fazer pra não atualizar o blog, acertaram os que ficaram com a segunda opção. Realmente tem sido tempos atribulados, uma bagunça total, momentos de indefinição, enfim... vários motivos para eu estar mais ausente no blog. Nem consegui comemorar seu aniversário de 1 ano em outubro (sim, este blog já tem mais de ano)...

Já que a imaginação não está colaborando hoje, vou tentar ser breve. O que será de 2010? O que podemos esperar do próximo ano? Bem, no meu caso, posso esperar uma festa de arromba no meu casamento, tanto que temos até blog pra isso (que também andou jogado às traças). Fora isso, esperar que se tenha bastante saúde e disposição para correr atrás da máquina e garantir um futuro melhor para os ranhentos que estarão por vir em um futuro nem tão distante.

Também espero que meu time finalmente volte a ganhar algum título de expressão, porque a coisa tá punk por enquanto.

Bem, ficam aqui meus votos de um 2010 melhor em todos os aspectos para todas as pessoas. Muita saúde e paz. O resto, vocês já sabem...

Voltaremos em 2010 com pique novo. Já atualizei o layout do blog para ficar mais "amigável". Agora o terreno está preparado para recomeçar tudo a partir de 1º de janeiro.

A todos, um Feliz 2010!

Abraços,
Thiago, o Brum... ou Brum, o Thiago (Ah! Whatever!)

28 de set. de 2009

Panis et circenses???



Não para de chover na cidade que já está alagada. Buracos se abrem nas ruas, o trânsito enlouquece, os boeiros entopem. Crianças e idosos doentes se amontoam nas emergências dos hospitais. É possível ver poças d'água "generosas" até em cima de viadutos. O dia já amanhece tenso. Ao anoitecer, o medo de ser surpreendido por um ladrão que não faria o mínimo esforço em dar cabo da tua vida te faz ficar em casa. Tu te trancas, fica preso... no teu próprio lar. Nas escolas públicas, faltam tacos de madeira no chão, vidros nas janelas, vontade dos professores que ganham um salário fruto de disputas políticas infrutíferas. Estes passam a seus alunos sua frustração que acaba por formar cidadãos sem perspectiva.

Só que tudo isso muda quando chega a grande notícia: "VAMOS TER UMA COPA DO MUNDO!"... Todos se animam, sorrisos começam a voltar às faces daqueles que antes queriam engolir os rins sem sal dos que andavam a sua frente.

Mas espera aí: nossos estádios são velhos e defasados, não temos um bom sistema rodoviário, nosso sistema ferroviário praticamente inexiste e nossos aeroportos não são preparados! Nosso sistema de saúde é um caos, a educação pública é sucateada, a má distribuição de renda favorece a criminalidade. Nós não temos como hospedar uma Copa do Mundo!!!

Neste momento entra em ação o Governo, assinalando que dá para ter uma Copa sim! Que justamente o "país do futebol" tem a obrigação de ter uma Copa do Mundo no século 21. Começa então o planejamento de obras monumentais, liberação de dinheiro público para financiar a megalomania daqueles que pensam iludir o povo com pouco mais de 15 dias de esporte bretão. E aí começa o lobby, as obras superfaturadas e aquele dinheiro que representa 36% de TUDO que nós consumimos - sim, os impostos que pagamos - servem justamente para financiar estas empreitadas faraônicas regadas a negociatas que enriquecem cada vez mais os bolsos de uns, em detrimento ao bem estar da maioria.

Desde que começou esta palhaçada de Copa do Mundo, tenho me mostrado contra. Não dá para simplesmente varrer os problemas para baixo do tapete. É como a política de "Pão e circo" do Império Romano onde se desviava o foco dos problemas dando um pouco de entretenimento ao povo.

Ora, esse dinheiro poderia ser tão melhor empregado em hospitais, em escolas, em pesquisa e desenvolvimento... mas não. Vamos atochar tudo na cola da Copa! E pra ajudar, o povo que sofre, que está sempre a mercê dos problemas do dia a dia, ao invés de se criticar ideias como esta que trazem alguns benefícios passageiros e de curto prazo, fica feliz... se deixam levar pelo sonho de mais uma Copa, como se isso fosse mais importante do que colocar comida na mesa. O povo se sente honrado por não conseguir comprar ingressos para um jogo que irão custar no mínimo uns R$ 200,00, só pelo fato de morar no país da Copa. Olharão turistas americanos, europeus, asiáticos com a guaiaca cheia de dinheiro distribuindo para nosso pobre povo alguns trocados que os farão felizes. Afinal de contas, eles vieram para o Brasil ver a Copa e ainda estão ajudando-nos, "aquecendo nossa economia".

Tudo bem que esse tipo de evento valoriza a imagem do país. Mas só. Infelizmente não vivemos de imagem, mas de vida real. O que aconteceram com as instalações do Pan do Rio? Estão lá... subaproveitadas. Instalações novas, que custaram uma babilônia de dinheiro já se podem dar por sucateadas. Ah sim, mas ainda tem as Olimpíadas de 2016 no Rio. Ao que parece, o Brasil é de novo o favorito. E mais um caminhão de dinheiro vai sair do bolso dos brasileiros para sustentar uma pose efêmera de país de bacana.

Mais uma vez estamos levando um engodo daquelas pessoas que, graças aos nossos votos estão no poder hoje. Vamos ter negados anos de melhorias em saúde, educação, segurança e ciência por causa de dois eventos que juntos, somam apenas 1 mês de competições. E continuaremos a viver sob o caos diário, criando e destruindo esperanças de que um dia as coisas vão melhorar.

Estou começando a achar que remar contra a maré só vai fazer com que nos incomodemos. Então, vamos aproveitar nosso pão e nosso circo, e nos recolhermos à nossa insignificância em relação a esta bagunça que se chama Brasil. Porque, o que importa, é que teremos uma Copa do Mundo, e, se Deus quiser, os Jogos Olímpicos...

10 de set. de 2009

Tema novo pra descontrair

Aproveitando que eu tinha feito um post, peguei e alterei o tema do blog depois do almoço... O Darth Vader já estava ficando com cãibras de ficar sentado no cabeçalho lendo Harry Potter... hehehe... :-)

Até mais!

Alimentando a imaginação

Coisa ruim quando a gente não tem tempo pra fazer o que gosta... incluindo dar atenção ao blog. Claro que agora existe outro blog, porem esse é pra assuntos mais futebolísticos e nem sempre com um papo tão cabeça. Aproveitando pra fazer o jabá, deem uma olhada: http://azulpretoebranco.com.br

Mas falando do que interessa, como é bom ler! Esse foi um dos prazeres que minha falta de tempo e meus ouvidos tinham me privado de gozar. Sim, os ouvidos! Como eu tinha (ou ainda tenho) um problema crônico nos ouvidos, isso afetava minha capacidade de concentração. Isso me afetava tanto no trabalho quando na hora de desempenhar essas atividades que teoricamente exigem menos. Mas tudo parece estar se resolvendo depois da cirurgia que fiz semana passada. A tendência é que a coisa melhore e muito!

É aí que entram os livros... já devidamente operado e curtindo aquela dorzinha básica depois da anestesia, resolvi que ia me dar o direito de aproveitar um pouco mais meu tempo livre fazendo algo que eu gosto, ou seja, ler. Fui com a patroa numa livraria e compramos um periódico de Filosofia com 2 livros do Nietzsche, mais uma Super Interessante (básico).

Depois comecei a ver na nossa não numerosa mas promissora estante de livros por onde eu iria recomeçar minhas aventuras literárias. Escolhi uma das melhores séries de ficção: Operação Cavalo de Tróia, Volume I - Jerusalem.

Basicamente a série de livros narra a história de um experimento da NASA com uma máquina do tempo. Por meio dessa máquina, os viajantes voltaram à época de Jesus Cristo e acompanharam os últimos dias do Nazareno. A riqueza de detalhes com que a história é narrada é assustadora. O autor jura de pé junto que é tudo verdade e que ele recebeu os documentos de um graduado da força aérea americana antes de morrer. Ainda estou no primeiro e pelo jeito que a coisa está evoluindo, vou ter que comprar os outros 7 livros depois... Não é porque fala em Jesus Cristo que essa coleção é religiosa. Muito pelo contrário. É uma obra de ficção até meio forte pra quem é muito fervoroso no catolicismo. Digamos que, guardadas as devidas proporções, essa coleção seria "o Pai do código Da Vinci".

Voltando aos livros, esse exercício de leitura é mágico! A mente se transporta para o tempo do autor e começa a viver as situações que os personagens vivem. Outra coisa boa é o fato de a mente ficar mais aberta e receptiva às coisas que acontecem ao redor. O ato de ler acaba despertando a fome pelo desconhecido que te faz buscar explicações mais lógicas e científicas para os fatos que ocorrem dentro daquele mundo de ficção.

Particularmente eu aprendo muito mais lendo romances de todos os tipos do que lendo livros técnicos. Raramente eu compro um livro técnico e quando o faço é sobre algum assunto muito específico pra ter uma espécie de "edição do Google com brochura". Tiro curto. já com os romances sempre pintam assuntos interessantes, instigantes, e aí começa aquela necessidade de conhecer um pouco melhor sobre o assunto e aprender sobre ele. Se o assunto for muito interessante, daí eu compro um livro técnico sobre ele... hehehehehe

Mas no fim das contas, o mais interessante é que lendo me dá menos vontade de ficar na internet. Também, pudera: trabalho utilizando a internet, uso informação da internet para escrever no outro blog, transformei o email em uma extensão do meu cérebro e por aí vai. Tudo que preciso é de uma folga de vez em quando para organizar meus pensamentos e nada melhor do que fazer isso lendo o bom e velho livro.

Pretendo colocar na sequência uma resenha do livro e ir fazendo isso a medida que eu for terminando cada um dos livros que eu for lendo pra trocar uma ideia com os poucos porem leais leitores deste blog largado a esmo por puro relaxamento. Próximo desafio literário? Ler O Senhor dos Anéis... tá, eu já li os três livros (naquelas, eram e-books...). Mas eu tenho a edição de 50 anos em inglês. Esse livro sim vai merecer uma atenção especial. Até porque, ler mais de 2000 páginas vai exigir uma atenção do cão!

Bom, era isso... Blog aos poucos voltando, pois não acho justo só falar de futebol. Tem que ter algum assunto que seja melhor pra cabeça funcionar.

Era wilson! Até +!!!

22 de jul. de 2009

Eu não consigo ser alegre o tempo inteiro...

Me lembro como se fosse ontem: aula de Psicologia na faculdade. Noite fria, garoa na rua... E eu, às 10 horas da noite, louco pra ir pra casa dormir afinal de contas, trabalhar e cursar faculdade não é uma tarefa fácil.

Lá pelas tantas, após várias explicações sobre sociopatas, psicopatas e outros "patas", alguns alunos começaram a se levantar e, sorrateiramente, ir embora. Foi-se o primeiro, e a professora nada fez. Depois saiu o segundo, o terceiro, e assim por diante. Quando ela finalmente se indignou a perguntar por que a pressa se ainda faltavam 30 minutos pra aula terminar, eis que um ser humano lá responde:

- Pô, professora! Tá uma friaca lá na rua, chovendo... Hoje tu podia aliviar e liberar a turma mais cedo, né?

Ela deu de ombros. Após ser estancada aquela debandada geral de alunos, com uns 10 ou 12 que sobraram (incluindo-me nessa conta), ela, em tom solene, profere a seguinte frase:

- O ser humano é um ser em constante insatisfação.

Instantaneamente eu pensei: "BAH! Que clichezão esse!!!". Assim que ela terminou de falar essa frase ofertou uma "recompensa" aos que ficaram naquela noite chuvosa na sala de aula, escutando explicações sobre doenças mentais e ambiente de trabalho. O trabalho era simples: dissertar em poucas linhas sobre a frase que ela tinha dito. "Ah, isso é fácil". Ledo engano...

Ao pé em que comecei a pensar melhor sobre o assunto, vi que de fato as pessoas nunca estão contentes o bastante. Tudo tem que ter um lado ruim. Aqueles que saíram da sala, estavam insatisfeitos por estar fora de casa em uma noite chuvosa... adquirindo conhecimento! Só isso já seria motivo o suficiente pra pessoa valorizar aquele momento. As pessoas sempre conseguem achar um fato que, por menor que seja, desperta insatisfação, frustração, e assim por diante. Até aquela frase "se melhorar estraga" demonstra que, se eu tiver tudo ao meu alcance, aí não vai ser legal. E acredite, existe muita gente assim!

Resultado: se você tem tudo, as coisas não têm mais graça pois você de certa forma chegou ao topo. Se você está em busca de algo e o mundo não lhe sorriu com uma vida abastada, você acha que tudo conspira contra você e que mesmo no triunfo, algo de ruim pode estar a caminho. Se você estuda, acha um saco ter que mergulhar nos livros. Se não estuda, reclama por não estar estudando. E assim vão se acumulando as situações onde tudo está ruim quando está ruim, e tudo está ruim quando está bom também.

Não sei se há uma exceção à regra. Dificilmente haverá. Mas existem pessoas que, assim como eu, tentam não olhar o lado negativo. Afinal de contas, a vida é meio curta pra gente ficar procurando pêlo em ovo.

Ah, depois de tanta reflexão consegui garantir meio ponto na prova resumindo tudo em poucas linhas que diziam:

"Toda felicidade é efêmera. Mesmo em êxtase, ainda assim achamos uma forma de ver um problema. Como já diz Wander Wildner em sua música, 'eu não consigo ser alegre o tempo inteiro..."



E, se você é da turma Emo ou #mimimi que vive se fazendo de vítima, deem uma olhada nessa lição da Tribo do Mouse

16 de jun. de 2009

Blog com teias de aranha já...

Até o início da próxima semana, prometo que posto algo... Maldito Twitter!!!

12 de mai. de 2009

As coisas estão evoluindo...(?)


Buenas!

Depois de algum bom tempo, resolvi tirar a poeira do blog! Não, ninguém implorou pra ler nenhum dos meus textos mas, como já tenho o blog na mão, por que não usar, né? Mas vamos ao que interessa...

Esses dias me dei conta de como estamos hoje dependentes da tecnologia. Estamos o tempo inteiro ligados na internet, testamos diversos gadgets para tornar as coisas mais fáceis pra nós, somos monstros devoradores de blogs e feeds RSS para saber de tudo que acontece à nossa volta. Hoje o mundo está globalmente conectado e as informações se propagam quase que na velocidade da luz!

Durante minha infância, pra se manter culto e bem informado, você tinha que ir na sua banca de revistas preferida pra comprar colecionáveis como o Atlas da Zero Hora, Atlas do Corpo Humano, enciclopédia Descobrir ou então gastar um tempão na biblioteca pública ou do colégio lendo algum livro diferente. Já existiam computadores mas a internet ainda se chamava ARPA e só ligava poucas universidades americanas e as forças armadas daquele mesmo país, o que fazia o bom e velho jornal nosso de cada dia reinar absoluto. Celular ainda era uma utopia e pra te acharem, existia o famoso "bip"! O bicho tocava e tu ligava pra uma central pra pegar o recado. Não existia ainda os emails. Existia o TELEX que até hoje não sei como funcionava, o Fax e, claro, os Correios.

Naquela época as famílias se reuniam pra ver o telejornal e se informar do que estava acontecendo no mundo. Chego a ousar dizer que aquela época era mais romântica, tinha mais contato humano. Pelo fato de todo mundo receber informação praticamente ao mesmo tempo, seja por TV ou rádio, tudo era mais nivelado culturamente e intelectualmente. Se era nivelado por cima ou por baixo eu não sei. Mas tudo e todos pareciam mais iguais, até que...

Nasceu a internet. Acanhada em um promeiro momento. As enciclopédias Grollier e Encarta ainda eram as principais fontes de referência pra quem tinha um computador. No entanto, bastava você fazer uma placa do seu computador discar para um número de telefone que, após o "handshake" (aquele barulho que parecia sinal de fax...) você entrava em um universo onde a informação do mundo inteiro ficava disponível bem em frente aos seus olhos. Assim as coisas foram evoluindo e hoje cá estamos nós!

É notável ver que hoje com a internet, as pessoas estão cada vez mais "escravas" da informação. Ela circula rápido demais e, para não perder nada, você acaba comprando um telefone 3G ou pagando um pacote de dados; você instala internet de 200 mil megabits pra ter velocidade de conexão, sem contar que email é uma extensão do seu cérebro pra guardar recados que você recebe e manda! Mais do que isso, agora existem as redes sociais pra fazer você se comunicar com gente que você conhece e com quem não conhece e que muito provavelmente não vai conhecer nesta encarnação.

Hoje muita gente tem um perfil no Orkut, Facebook ou uma página do Twitter. Não é raro também as pessoas compartilharem seus favoritos da internet como no Del.icio.us...

Chegando ao cúmulo da nerdice, existem zilhões de pessoas com celulares que mais parecem computadores de bolso. Meu celular (que muitos dizem ser uma calculadora que recebe ligações) é meu instrumento de contato com a grande nuvem quando estou longe do computador. Resumindo, hoje somos cidadãos do mundo que têm o poder de compartilhar aquilo que bem entendemos pra quem quiser ver. E todas as pessoas que utilizam recursos parecidos acabam por se tornarem virtualmente onipresentes e oniscientes.

Muito bom, hein ô Batista??? Nem tanto...

Hoje as relações são muito impessoais. Se referem a você como um amontoado de bits que renderiza um perfil seu na internet. Não é mais preciso visitar as pessoas. Basta mandar um recadinho pela internet e está tudo resolvido. Além disso é notável que as pessoas hoje estão se escondendo atrás da tecnologia para mostrar seus mais primitivos sentimentos. Agressões verbais a outras pessoas estão muito mais comuns por meio da grande nuvem. Justamente porque não conheceremos muitas das pessoas que interagem com a gente pela intenet, isto acaba por abrir um precedente para que as pessoas se agridam. Justamente a tecnologia e a internet que deveriam servir para o desenvolvimento cultural e intelectual das pessoas, acaba por fazê-las expor suas feras primitivas, que é o caminho totalmente inverso daquilo que se pode pensar como evolução intelectual no Século XXI.

Estamos virtualmente em qualquer lugar e ao mesmo tempo indo a lugar nenhum. Será que as coisas estão realmente evoluindo?

15 de mar. de 2009

Novas Experiências

Olá pessoas!

Bem, como já devem ter lido (ou não), agora faço parte do Coral da PUCRS. Pra quem não conhece, este coral é o que canta ao som da Orquestra Filarmônica da PUCRS na série Concertos Comunitários Zaffari, além de também apresentar óperas completas.

Confesso que eu não tinha muita intimidade com música clássica e antes tudo parecia uma gritaria ao som de uma orquestra. Ao começar no Coral, descobri que música clássica tem muito mais significado do que eu imaginava. Também vi que aquela história toda de ser um estilo de música mais elitizado é pura lenda! O lance é extremamente popular lá fora. Infelizmente, aqui no Brasil é mais fácil você popularizar um "pancadão" do que uma ópera de Verdi! (QUE PAÍS É ESTE!)

Uma ópera é, em termos práticos, uma peça de teatro, geralmente um drama. A diferença para o teatro convencional é justamente o fato de toda a história ser tocada por uma orquestra e, os personagens serem interpretados por cantores de formação lírica. Dá pra se fazer uma analogia que os grandes musicais da Broadway nada mais são do que óperas modernas.

Outra coisa é a mensagem que as óperas passam. Um grande exemplo é a ópera "Nabucco" de Giuseppe Verdi. Ela conta a história do Rei Nabucodonosor e a invasão de Israel por parte dos Assírios. O segundo canto de introdução ("Gli Arredi Festivi") narra o momento em que os Assírios invadem Israel e os Judeus estão dentro do templo de Jerusalem rezando a Deus para que os defenda. Até aí é uma história bíblica e bla bla bla... o que se destaca nesta parte da ópera é que esta canção tem uma enorme conotação política, uma vez que ela provocava um sentimento nacionalista na Itália do século XIX: na época em que a ópera foi composta, a Áustria estava invadindo o norte da Itália. Feita a analogia entra Itália e Israel, esta ópera consagrou Verdi.

Histórias e explicações à parte, acabei me interessando muito por música clássica pois a mesma transmite todo um sentimento, uma mensagem. Não é simplesmente uma música qualquer.

Quanto às vozes que "não se entende nada", aquilo é a preparação vocal dos cantores. Pelo fato de ter que acompanhar a orquestra e a mesma às vezes possuir harmonias complexas, toda a técnica vocal lírica nos ensina a dar brilho e potência à voz sem precisar se valer da força. Você acha que cantores de ópera se esgaçam pra cantar? Só no início! Depois de pegar o jeito, é só utilizar a expressão certa para a cena e também para tornar a cabeça uma caixa acústica que os caras cantam sem fazer força alguma!!! Impressionante!

Bom, em maio começa nossa série de apresentações, conduzidos pelo EXCELENTE Maestro Frederico Gerling Jr. (o cara é muito fodástico!!! SABE DEMAIS!!!) Bom, pra começo de conversa, ele foi aluno do Maestro Villa Lobos. Dá pra imaginar que ele "deve manjar um pouco" de música... hehehehehe

Confesso que estou apreensivo. Pouco tempo e 7 horas de ensaio por semana para interpretar, somente neste ano, Verdi, Donizzetti, Brahms e mais um compositor russo que até agora não decorei o nome! Além da dificuldade de cantar com um monte de vozes em notas diferentes, tem o fato de só cantar em italiano, alemão, russo, e por aí vai... hehehe

Fica aqui uma palhinha de algumas músicas que estamos ensaiando.

Até mais!!!





8 de mar. de 2009

"Do you remember... remember my name?"


Dae pessoas!

Viram? Foi só eu falar que ao voltar ao trabalho a moleza terminava e o blog ficou atirado de novo! Ultimamente acho que 24 horas é pouco pro meu dia...

Com MUUUUUUUUUUUUUUUUUUUITO atraso venho contar o que foi o show do Deep Purple em Porto Alegre. Só uma coisa pra dizer (ao melhor estilo gaúchês): "BBBBBBBBAAAAAAAAHHHHHHHHHHH!!!!!"... Aqueles 5 senhores simpáticos simplesmente deram uma AULA de música, simpatia e tocaram só os maiores clássicos dessa banda agora com 40 anos.

Tudo começou na abertura com a banda Rosa Tatooada, daqui de Porto, animando a galera. O melhor momento da abertura foi o fechamento do show deles tocando "Detroit Rock City" do Kiss. Como bom fã do Kiss, fiquei alucinado. Meia hora de espera que parecia uma hora e finalmente todas as luzes do ótimo Teatro do Bourbon Country se apagaram... Daí Ian Paice começou a levemente amaciar a sua bateria preparando pro início daquela experiência transcedental com nada mais nada menos que "Highway Star". Os integrantes da banda mostraram que estão na vibe vinho (quanto mais velho, melhor). Ponto negativo foi ver o Ian Gillan com uma gripe da moléstia, onde ele misturava seus agudos poderosos com um espirro ou uma tossida. Mais um motivo pra ter valido a pena ver o show: nesse embalo, não sei até quando o véio Gillan aguenta! No desenrolar do show, descobrimos que junto com o show do Deep Purple, vinha um mini show solo do Steve Morse... INESQUECÍVEL!!!

Entre vários clássicos da banda, um momento pra mim foi especial: Don Airey, tecladista da banda, começou seu show solo e no piano, entre uma viagem de virtuose e outra, ele tocou trechos de "Aquarela do Brasil" e mais umas obras do Maestro Tom Jobim. Após arrancar aplausos fervorosos da galera, ele simplesmente ARREGAÇA seu órgão Hammond com suas duas caixas Leslie e começa a introdução de "Perfect Strangers"... gritei tanto que o que restava de voz ficou nessa música. Pra finalizar, rolou "Smoke on the Water" onde eu só conseguia mexer a boca, uma vez que a voz já tinha se ido faz tempo!!! No bis, rolou "Hush" e Black Night" pra fechar com chave de ouro.

Confiram aí o set list: Highway Star - Things I Never Said -Into The Fire - Strange Kind Of Woman - Mary Long - Rapture Of The Deep - Contact Lost - Well Dressed Guitar - Steve Morse Solo - Sometimes I Feel Like Screaming - Wring That Neck - The Battle Rages On - Don Airey Solo - Perfect Strangers - Space Truckin - Smoke On The Water E NO BIS Hush - Black Night.

Esse foi exatamente o mesmo set list de todos os outros shows dessa turnê, o que não a torna menos mágica.

Fica aí uma palhinha do que rolou no show daqui. Quem não foi, perdeu um SUUPER show!!!





Após tudo isso e com uma voz de penico, fiz um teste pro Coral da PUCRS e, PASMEM, fui selecionado!!! Já rolou até ensaio sob a batuta do jurássico mas não menos espetacular Maestro Frederico Gerling Junior. Me juntei ao time de Barítonos que compõem o Baixo I do Coral... Quando rolar uma apresentação da série Concertos Comunitários Zaffari, eu dou um toque poceis!

Por enquanto era isso... Sogrinha aqui em casa e eu, mal educado, conversando e escrevendo pro blog... hehehehehe

Até mais!